sexta-feira, 29 de abril de 2011

HISTÓRIA DE JOANITA TORRES ARRUDA CÂMARA



















No dia 26 de julho de 1912, nasce Joanita Torres, na cidade de Araruna, na Paraíba. Ainda criança, mudou-se para Nova Cruz, no interior do Rio Grande do Norte, onde morou a maior parte de sua vida. Freqüentou durante a sua juventude a Escola Doméstica em Natal, mas retornou ao interior, onde aos 13 anos já trabalhava com o pai, seu Totô Jacinto, fazendeiro, pesando algodão. Joanita era a filha mais velha de três mulheres ( as outras duas irmãs eram Iracema e Teresinha) do casal Totô Jacinto e Maria Torres . E foi assim, trabalhando com o pai e fazendo tarefas que, naquela época, só os homens costumavam fazer, é que Joanita aprendeu a tomar decisões e a comandar.

Casou-se com Lauro Arruda Câmara em 1935, e com ele vivenciou um casamento diferente dos demais: na época onde a mulher era reservada para as tarefas domésticas, Joanita sempre trabalhou fora, no comércio. Entretanto, ao ajudar o marido que já havia sido prefeito e deputado, surgiu nela um espírito político, e descobriu uma vocação para líder. Juntos, tiveram 8 filhos: Paula Frassinete, a mais velha, que morreu com poucas semanas de nascida; Marluce, Cassiano, Leonardo, Laurita ( que morreu em 1970, vítima de convulsões), Cid, Domício e Lauro Arruda Câmara Filho. O casal teve 16 netos.
Durante os anos 50, Joanita foi eleita prefeita de Nova Cruz, a mais importante cidade da região agreste. Juntamente com o marido, pertenceu ao PSD e foi fiel ao partido até sua extinção. Em 1960, fez parte da coligação “Cruzada da Esperança”, que elegeu o então candidato Aluízio Alves governador do estado. Respeitada por todos, até pelos adversários políticos, Joanita sempre tratou com carinho os mais humildes: todos tinham acesso à mesa farta em sua casa. Gestos como esses lhe renderam o carinhoso apelido de “Mãe Gorda”, pois era quase uma mãe para o povo pobre da cidade.

Dona Joanita, como era conhecida, era alta, altiva e decidida, e marcou a cidade de Nova Cruz pela sua atuação dinâmica. Ao deixar a política, permaneceu como liderança na região, e trabalhando na sua loja, Comércio Arruda Câmara, especializada em eletrodomésticos. Ela faleceu no dia 29 de abril de 1993, aos 80 anos, em decorrência de uma embolia pulmonar. O seu enterro parou a cidade de Nova Cruz. As escolas não abriram em memória à ela, o comércio não funcionou, e mais de 5 mil pessoas estavam presentes, incluindo os políticos mais importantes do estado. Ela estará sempre na memória do povo de Nova Cruz como a “mãe gorda”, um exemplo de lealdade e fidelidade ao seu povo e aos seus princípios.

Joana Vale de Andrade Arruda Câmara ( neta de Joanita Torres Arruda Câmara)

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